Poltrona e almofada de amamentação: como escolher?
- Catarina de Oliveira
- 21 de out. de 2018
- 5 min de leitura
Antes de qualquer coisa: não considero a poltrona essencial. Ajuda a ter um conforto extra? Claro que sim, mas é só isso. A falta dela não vai afectar minimamente o sucesso da amamentação. Se pesar muito no orçamento, acho as almofadas bem mais úteis do que propriamente os cadeirões. Posto isto, vamos lá!
Assumindo que queremos comprar uma poltrona, há sempre dois critérios que pesam muito: o conforto e a estética. Instintivamente, sabemos logo que o conforto deve sobrepor-se à estética, sobretudo pelo propósito do produto, mas, na prática, acho que nos deixamos levar demasiado pelo romantismo da coisa. Queremos que o cadeirão esteja dentro das cores com que estamos a montar o quarto do bebé e que represente aquilo que imaginamos como sendo o quadro perfeito da mamã com a sua cria ao colo: linda e recostada, pacificamente, com o bebé ao peito (bem firme nos braços musculados!), balançando-se ao som de uma música de embalar.
Permitam-me quebrar logo este cenário (como quase todos que nos impingem nos filmes de Domingo à tarde): na esmagadora maioria das vezes, quando conseguimos estar recostadas, vamos estar meias tortas e com dores nas costas. Não vamos conseguir segurar o bebé numa boa posição para ele manter a pega, porque não há braços que aguentem, e quase certamente não teremos tempo para a musiquinha, porque eles é que determinam quando querem mamar - e, no início, isso significa, quase sempre, "a toda a hora", pelo que teremos mais com o que nos preocupar do que com a música de fundo. Se não for o choro deles, já é lucro!
Quando decidi comprar o meu cadeirão, pesquisei exaustivamente na internet e fiquei abismada com os preços que encontrei. Questionei-me se as pessoas andariam a vender rins no mercado negro para ter conforto nesta nova fase e ganhei toda uma nova perspectiva em relação aos quartos de bebé que já vi. De repente, comecei a pensar "Coitados, gastaram 500€ naquela coisa que só vão usar 3 meses". Não mudei de opinião. Vão perceber facilmente que, não abdicando da maioria das coisas, sou um bocado forreta. Não gosto de deitar dinheiro ao lixo. No caso de casamentos, crianças e funerais, acho que se aproveitam da adrenalina, ansiedade e hormonas para nos extorquir dinheiro e isso chateia-me um bocado. Acho que é preciso encontrar um equilíbrio.
Assim, a forma que encontrei de contornar esta questão foi deixar de procurar "poltronas de amamentação", mas procurar apenas poltronas e cadeirões "comuns" - que são exactamente a mesma coisa. Acabei por me sentar em quase todos os que havia na IKEA e na Conforama, que me pareceram mais em conta, e acabei por optar por uma "poltrona relax". No meu caso, comprei a Poltrona Relax MAX, da Conforama, na cor areia (deixo o link novamente no final da publicação):
A minha mãe achou esta compra uma estupidez, porque "não há necessidade de uma poltrona eléctrica, que se estica toda, para amamentar". Eu discordei e mantenho a minha opinião. Passo a explicar: esta poltrona é extremamente confortável e, um dia em que já não esteja a amamentar, posso pô-la em qualquer lado e realmente usá-la, com gosto, em vez de estar ali só a fazer feitio e a pôr a divisão bonita - só por isso, já valia o dinheiro. Além disso, não é, de todo, mais cara (pelo contrário), do que muitas outras que não têm estas utilidades. Além de se levantar, ela também se estica toda, para nos podermos deitar, o que também é óptimo para manter as pernas elevadas e ajudar a desinchar naqueles fatídicos primeiros dias. Uma coisa que não considerei na altura da compra, mas que faz toda a diferença, é a questão da recuperação pós-parto. No meu caso, que passei por uma cesariana, os primeiros dias foram bastante complicados. Qualquer movimento era bastante pesaroso, então, o facto de este cadeirão subir, como vêem na primeira imagem, e me deixar praticamente de pé, foi uma ajuda enorme. Até me sentir melhor, só amamentava deitada ou no cadeirão. Foi, portanto, de uma utilidade extrema. Os cadeirões que baloiçam teriam sido a pior opção para isto, porque todos os movimentos parecem mexer com músculos que nem sabíamos que existiam.
Um aspecto muito importante na escolha é a profundidade - se é que é assim que se chama - do cadeirão. Agora está na moda as cadeiras serem grandalhonas e super fundas e termos de andar a arrastar o traseiro até conseguirmos encostar-nos. Isso é tudo o que não se quer para amamentar. O ideal é sentarmo-nos e ficarmos logo numa posição confortável, porque levantarmo-nos e ajeitarmo-nos é um 31 nos primeiros dias. Apesar de ter referido a recuperação de cesariana, isto também é válido para o parto normal, porque nunca temos como prever como corre, se vamos levar mais ou menos pontos, etc.
Outras coisas que eu, apesar de ter considerado, ignorei: a cor e o tecido. Todas as cores claras, apesar de lindas, não são práticas com bebés. Eles vomitam, urinam sempre que lhes trocamos a fralda e, por vezes, dão-nos um presentinho em jacto, também (não se preocupem; eles conseguem fazer disso uma coisa fofa e engraçada), já para não falar que, quando essa fase terminar, vêm as pinturas rupestres. O nosso sofá, também clarinho, só se salvou este último mês, graças às mantas que tem por cima a protegê-lo. Essa é também uma dica de ouro caso optem por cores claras (ou não): mantinhas em cima de tudo. Há várias bem bonitas e em conta, que não vão interferir muito com a decoração. Nós temos umas da Primark no sofá e outra da IKEA na poltrona (exactamente da mesma cor - correu bem!):
Tecidos impermeáveis e laváveis também são um must. Esqueçam o "pelinho" nos próximos anos que, para limpar, é para esquecer. Mais vale arranjar coisas que não fiquem arruinadas com alguns fluidos, porque vão acontecer acidentes, de certeza.
Quanto às almofadas de amamentação, há muito por onde se pegar. Se não comprarem nenhuma, vão usar as que têm em casa, porque vão mesmo precisar; é muito difícil manter o bebé na posição correcta, sobretudo se ficarem a mamar uns 30-40 minutos. Apoiar o braço na almofada é outro conforto.
A maioria das mamãs com quem falei tem optado pela nova almofada da IKEA, que é bem em conta e dá conta do recado. Pessoalmente, prefiro uma que encontrei no Aliexpress (sou grande adepta do site), porque permite que regulemos a altura a que o bebé fica. Se tiverem comprado uma almofada para a gravidez (daquelas compridas, em forma de "L" ou "U"), essas também dão bem para o gasto. Comprar uma daquelas almofadas de elevação (que parecem umas pirâmides - já deixo imagem em baixo) também ajuda, caso não gostem de dar de mamar deitadas, quando estão na cama, e sobretudo se não tiverem nenhuma cabeceira para poderem sentar-se confortavelmente.
Resumidamente: se quiserem comprar cadeirões de amamentação, dêem prioridade ao conforto. De preferência, experimentem antes de comprar. Evitem cores muito claras, se conseguirem, e protejam-nos com mantinhas (ou outra coisa). Optem por tecidos laváveis e/ou impermeáveis. Não dispensem almofadas para amamentar (específicas ou não) e, se não tiverem como amamentar na cama de forma confortável, não dispensem as almofadas elevatórias para apoiar as costas. Sugestões de onde comprar os produtos que referi:
- Manta da Primark;
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